domingo, 6 de dezembro de 2009

Parte dos ingressos do jogo Fla X Grêmio foi desviada para cambistas, diz polícia

Torcedores do Flamengo viveram momentos de tensão nesta semana.
Muitos não conseguiram comprar ingressos.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo

 

Torcedores rubro-negros viveram momentos de tensão nesta semana tentando ingressos para a partida de domingo (6) entre o Flamengo e o Grêmio. Muitos não conseguiram. E, segundo a polícia, parte dos ingressos foi desviada para ser vendida por cambistas.

Neste sábado (5) foram presos Fulvio Silva do Nascimento, gerente da BWA, que confecciona e vende ingressos dentro do Maracanã; seu irmão, Fagner do Nascimento, supervisor da empresa; e mais quatro funcionários.

De acordo a polícia, eles compravam entradas antes que elas chegassem às bilheterias e repassavam para cambistas com preço muito acima do valor real. Quatro cambistas também estão na cadeia, um deles é guarda municipal.

O grupo ainda vendia bilhetes de meia-entrada para qualquer torcedor. Também havia o esquema chamado fura-fila, onde bilheteiros e funcionários - que costumam organizar a fila de venda de ingressos - facilitavam a chegada dos cambista aos guichês, que, segundo as investigações, compravam, no mínimo, dez ingressos de cada vez

Foi assim que cambistas agiram na quarta-feira, dia da venda dos últimos ingressos para o jogo de domingo entre Flamengo e Grêmio. Nem precisaram passar noites na fila, nem precisaram enfrentar tumulto, correria e gás lacrimogêneo.

Lucro de R$ 4,5 milhões

Para o jogo, foram colocados à venda 76 mil ingressos. A polícia afirma que 20% foram desviados pela quadrilha - um total de 15.200. Bilhetes que podem ter sido vendidos com ágio de até 500%, e ter gerado um lucro de R$ 4,5 milhões, segundo as investigações.
Na operação deste sábado, os policiais estiveram no escritório da BWA no Maracanã, que teve que ser aberto por um chaveiro. Oito mil ingressos foram apreendidos.

“A gente acredita que esses ingressos estariam fazendo parte do esquema montado por essa empresa , retardando a venda desses ingressos pra poder lucrar mais, quanto mais próximo do jogo , maior o preço do ingresso, obviamente maior o lucro.”, disse o delegado Rodrigo Oliveira.

A empresa BWA e o Flamengo informaram que esses bilhetes estavam reservados para serem distribuídos entre crianças, idosos e deficientes, que, por lei, podem entrar de graça no estádio. No Maracanã, por exemplo, segundo a direção do clube, há duas catracas para receber esse público na hora da abertura dos portões. O Tribunal de Justiça determinou que a polícia devolva os ingressos e fiscalize a distribuição de graça no domingo (6).

A direção da BWA, que fica em São Paulo, informou que vai colaborar com as investigações da polícia. Os presos estão prestando depoimento e a policia ainda não divulgou a defesa deles.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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