quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Articulador de passeata da PM diz que movimento não vai parar

Mesmo abatido e repousando no HPM, coronel reafirma propósitos do grupo.
Ele garante, no entanto, que mobilização não vai prejudicar segurança do cranaval.
Aluizio Freire Do G1, no Rio

Foto: Ricardo Leoni/Ag.O Globo
Ricardo Leoni/Ag.O Globo
O coronel Paúl relacionou corrupção na PM com baixo salário (Foto: Ricardo Leoni/Ag.O Globo)

O coronel Paulo Ricardo Paúl, ex-corregedor interno da Polícia Militar, interrompeu o repouso no Hospital da Polícia Militar (HPM), onde se internou para se refazer do abatimento das duas noites sem dormir, para analisar os próximos passos de sua liderança pela campanha por melhores salários para a categoria.

“O movimento não vai parar. Estamos preparando outras medidas para continuar nossas reivindicações. Nossa pauta mais importante é a questão dos salários. Isso é uma questão de honra”, disse, anunciando mais uma reunião na noite desta quinta-feira (31) na sede da Associação dos Militares estaduais do Rio de Janeiro, no Centro.

Paúl, exonerado dia 26, relacionou os baixos salários à corrupção em seu blog na internet e foi um dos responsáveis pela passeata na orla da Zona Sul, no domingo. O protesto, segundo o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, teria ocasionado a queda do coronel Ubiratan Ângelo do comando da PM. No seu lugar, assumiu o também coronel Gilson Pitta Lopes.

O ex-corregedor não esconde o desapontamento de ver o coronel Gilson Pitta Lopes à frente do comando-geral da PM, já que ele foi um dos signatários do manifesto dos Barbonos, cujos adeptos assumiram o compromisso de não aceitar convite para o cargo. “Não aceitamos o nome dele e nem o do secretário (José Mariano Beltrame, de Segurança Pública). Ontem (quarta-feira), tive que segurar a marcha de oficiais até a porta do Quartel-General, para fazer um protesto durante a posse”, afirmou.

Coronel se sente ameaçado

Ex-corregedor da corporação, o coronel Paulo Ricardo Paúl disse também “que está se sentindo ameaçado” depois de ouvir a declaração do chefe do Estado-Maior, Antônio Carlos Suarez David, que disse que vai tratar os inimigos com “braço-de-ferro”.

Ele garantiu, no entanto, que o grupo não vai promover conflitos que atrapalhem o esquema de segurança para o carnaval. “Vamos fazer tudo o que for possível. Mas, para isso, é bom que parem de acirrar os ânimos da tropa”, retrucou, num claro recado ao governador Sérgio Cabral e ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.

O oficial alegou que as pessoas que abandonam o movimento em troca de cargos “estão sendo cooptadas” pelo governo do estado. Ele estranhou o fato de ver no boletim da corporação, nesta quinta-feira, onde consta sua transferência para a Diretoria de Ensino e Instrução, um aditamento a um ato do governador publicado no dia 25 de janeiro que não lhe permite escolher para onde quer ir.

MIRIAM LEITÃO ESTÁ SEM RUMO

Por: Paulo Henrique Amorim

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista

. Miriam Leitão, todos os “colunistas” neo-liberais do PIG e os “especialistas” que eles costumam “consultar” – todos eles estão sem rumo.

. A astrologia neo-liberal se assenta (ou assentava) em capitel de coluna corintia, finamente elaborado e complexo.

. Na base da coluna, o pensamento dos Chicago Boys, de Pinochet, que se universalizou com a dobradinha Margaret Thatcher/Ronald Reagan.

. São as seguintes as instituições em que se apóia(va) a deslumbrante ornamentação: o Banco Central Americano – o FED, a sigla mágica de poderes supra-terrenos -, e o FMI, o xerife e demiurgo do universo neo-liberal.

. Foi tudo para o saco.

. O Banco Central Americano (ou melhor, o FED) não previu e estimulou a crise do sub-prime, na gestão daquele que os neo-liberais chamam de “Maestro”, Alan Greenspan.

. Hoje, o Banco Central Americano (ou melhor, o FED) tenta juntar os cacos, com um problema adicional interessante: o Banco Central Americano (ou melhor, o FED) não tem a menor idéia do tamanho do buraco dos bancos.

. Outro dia ouvi um “colunista” da CBN dizer que o Banco Central Americano (ou FED) tem informações precisíssimas, que o FED sabe de tudo o que acontece entre o Céu e a Terra.

. E deu no que deu ...

. Os Bancos Centrais do Mundo não tinham a menor idéia do que um nerd border line francês, Jérôme Kerviel, de 31 anos, fazia (e quantos outros fazem ?), quando garfou US$ 7 bilhões de um dos maiores bancos do mundo, o Société Générale.

. Kerviel chegou a negociar US$ 70 bilhões.

. Setenta bilhões de dólares.

. Nas barbas das “autoridades monetárias”, que não viram nada !!!

. E fica aí o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, a entupir as páginas do PIG com obviedades lancinantes, como se ele soubesse o que os Kerviel brasileiros fazem ...

. E o FMI ?

. A Miriam Leitão e todos como ela jamais pronunciarão o nome do FMI, de novo.

. Segundo O Globo de hoje (clique aqui para ler), o novo diretor gerente do FMI, o socialista francês Dominique Strauss-Khan, acha que está na hora de aumentar os gastos, que o Brasil está preparado para enfrentar a crise americana (*) (mas talvez não esteja para enfrentar a crise que o PIG gera a cada dia ...) e o mais importante: Strauss-Khan quer que o FMI controle os Estados Unidos.

. E agora, como é que vai ser ?

. Um socialista francês ousa esmiuçar a contabilidade do rei dos neo-liberais, George W. Bush ...

. Essa é uma novidade também interessante...

. E, agora, a quem o PIG e seus “colunistas” recorrerão ?

. Ao Horóscopo ?

. “Não podemos só contar com a política monetária”, disse Strauss-Khan, na entrevista a Deborah Berlinck.

. Positivamente, esse Strauss-Khan precisa ser sabatinado pela Miriam Leitão na Globo News e ver o que é bom para a tosse. (*2)

(*) Strauss-Khan vai ser excomungado pelo PIG. Ele disse sobre a crise americana e o Brasil: “O Presidente Lula está certo. O Brasil vai indo muito bem.” É porque ele não lê o Estadão, a Folha e o Globo ...

(*2) Miriam Leitão resolveu fazer o desmanche do PAC na Globonews. Entrevistou a Ministra Dilma Rousseff e saiu de lá tosquiada. Outra que saiu tosquiada foi a Folha, responsável, como se sabe, por um PAC próprio – clique aqui para ler o “PAC-da-Folha”). Neste sábado, a Folha publicou uma carta de Ana Ribeiro, que trabalha com Dilma Rousseff, e não fica pedra-sobre-pedra do “Pac-da-Folha” (clique aqui para ler).

Exclusivo: Doente sem título de eleitor é rejeitado em Magé

Pacientes denunciam que postos de Magé só atendem moradores que apresentam documento de eleitor do município. Alguns são orientados a mudar de domicílio eleitoral para serem medicados

Alex Martins e Marcos Galvão

Alexandre denuncia que tentou atendimento para a avó Delotrides, que fraturou fêmur, mas não conseguiu por falta do título. Foto: André AzRio - Por uma semana, a família de Delotrides Martins, 90 anos, tentou, sem sucesso, atendimento médico em uma unidade de Magé, para a idosa, que é moradora da cidade e fraturou o fêmur. A família reclama que enfrenta a dificuldade porque nem a paciente, nem algum parente seu, tem um título de eleitor do município. “Isso não tem cabimento. Minha avó chora de dor e eu não consegui nem ambulância para socorrê-la porque meu título é do Rio”, denuncia o vigilante Alexandre Taborda, 36. A mesma queixa é feita pela diarista Marlene do Espírito Santo, 51 anos, que torceu o pulso no dia 11. Apesar de morar em Piabetá, Magé, seu título eleitoral é do Rio, onde trabalha.

O documento é exigido nos postos médicos do município, como comprova uma placa na recepção do Hospital de Piabetá. Para conseguir atendimento, alguns pacientes são orientados, por funcionários, a mudar o domicílio eleitoral no cartório.

Após receber as denúncias, em dois dias seguidos, a reportagem de O DIA acompanhou e filmou o drama das duas moradoras da cidade que não conseguiam socorro médico no Posto de Fragoso, um dos principais da cidade. Nos dois casos, a falta do documento foi empecilho no atendimento. Em uma das gravações, o diretor do posto, Nonato de Souza, explica que há necessidade de apresentação do título de eleitor da cidade e chega a sugerir que parente da paciente troque o domicílio eleitoral. “Só posso atender depois que trocar o título”, disse ele a Elizabeth. Ele argumenta que o documento comprovaria moradia no município.

Aconselhada por ele e outra funcionária que se identificou como Glória, e disposta a conseguir atendimento marcado para o dia 8 de fevereiro, Marlene foi ao cartório do TRE da cidade e deu entrada na troca do título. Uma declaração do cartório de que ela está em processo de transferência deverá servir para a consulta, como foi informada no posto.
Funcionário do cartório do TRE da cidade, que não se identificou, disse que a troca de título para conseguir atendimento médico é comum no município.

Denúncias semelhantes levaram o Ministério Público (MP) a abrir uma investigação sobre o problema. Segundo a assessoria do órgão, o fato de o paciente não ser aceito porque não vota na cidade pode ser caracterizado como omissão de socorro.

A prática em Magé, admitida pela secretária municipal de Saúde, Marilene Formiga, é criticada pelo Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) e pelo Sindicato dos Médicos. A presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araújo, disse que deverá abrir sindicância para investigar se o médico responsável pela unidade denunciada sabe da situação. Caso o profissional seja conivente, poderá ser advertido ou até ter o registro cassado.

CONSELHEIRO BARRADO EM UNIDADE

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a exigência do título de eleitor para atendimento médico, em quaisquer circunstâncias, pode ser considerada crime eleitoral.

A infração está prevista no artigo 290 do Código Eleitoral, que enquadra como crime “induzir alguém a se inscrever eleitor”, ou seja, incitar a mudança de domicílio eleitoral por qualquer motivo. A pena prevista é de até 2 anos de prisão.

Além de afrontar o Código Eleitoral, a exigência do título para o atendimento também pode configurar outro crime. De acordo com o Ministério Público Estadual, a recusa no atendimento pode configurar crime de omissão de socorro, previsto no Art. 135º do Código Penal. A pena prevista para esse crime é de detenção de 1 a 6 meses.

A presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araújo, disse que o fato não lhe causou estranheza. Ela disse que, no ano passado, um conselheiro da entidade foi impedido pela prefeita Núbia Cozzolino de realizar uma inspeção numa unidade de saúde do município. O caso foi relatado ao MP. “O mau atendimento na saúde pública em Magé não é mais novidade para o Cremerj”, disse ela.

MUDANÇA DE TÍTULO PARA CONSULTA

Mesmo sendo contribuinte e moradora de Magé há mais de 30 anos, a diarista Marlene do Espírito Santo, 51, reclama que ainda não conseguiu atendimento médico nas unidades de saúde do município por causa do título de eleitor. “Só consegui atendimento no Hospital de Saracuruna (Caxias). Passei no Hospital de Piabetá e, como não havia ortopedista, procurei o posto de Fragoso, que se recusou a me atender quando viram que meu título era do Rio. Foi um absurdo”, desabafou.

Como teve problema com o gesso e está com muitas dores, tentou por mais duas vezes atendimento no Posto de Saúde de Fragoso. As tentativas foram frustradas. Apesar das dores, sua consulta foi marcada para mais de uma semana depois, e ainda com a condição de que mude o domicílio eleitoral, o que ela já providenciou. “Não posso fazer nada. Tive que ir ao cartório do TRE e dar entrada na transferência do documento”, contou.

A paciente se queixa do longo prazo para a consulta também porque enfrenta problemas financeiros, já que está impossibilitada de trabalhar com o braço engessado. Ela é diarista e só recebe quando trabalha.

Secretária: ‘foi um equívoco’

A secretária de Saúde de Magé, Marilene Formiga, disse que a exigência do título de eleitor para o paciente ser atendido no posto de Fragoso é uma recomendação do Ministério da Saúde. Segundo ela, o título é pedido a pacientes de alta complexidade, inclusive com cópia. Após ser informada sobre a gravação feita por O DIA no Posto Médico de Fragoso, onde o administrador Nonato de Souza fala sobre a exigência do título eleitoral, ela dá outra explicação: “foi um equívoco”.

Como Delotrides Martins tem 90 anos e não possui título, o administrador admite, na gravação, que ela poderia ser atendida com comprovante de residência e identidade, mas sugere que sua filha altere o domicílio eleitoral.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze, garante que não é necessário apresentar título para o atendimento. “A prática do posto de saúde é absolutamente irregular”, disse ele.

Sobe para dez o número de oficiais exonerados no Rio

Entre eles, oito coronéis, um comandante de batalhão e um major.

Secretário de Segurança diz que novos policiais devem ser promovidos.
Alícia Uchôa Do G1, no Rio

Menos de 12 horas depois da mudança de comando da Polícia Militar do Rio, já foram confirmadas pela Secretaria de Segurança dez exonerações.

Entre elas, oito coronéis de cargos estratégicos, o comandante do 18º BPM (Jacarepaguá) e um major, que teria feito ofensas ao governador Sérgio Cabral e ao Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame.

“Pretendemos fazer mudanças estruturais, uma oxigenação da Polícia Militar. Oficiais inferiores podem vir a ter vez em cargos de frente”, disse Beltrame, durante solenidade de um convênio de cooperação entre as polícias do Rio e da Itália.

Além dos oficiais exonerados, dois coronéis foram remanejados. Álvaro Rodrigues Garcia deixou o comando do Regimento de Polícia Montada (RPMont) e foi para o Comando das Unidades Operacionais Especiais, e Mario dos Santos Pinto, que liderava o 2º Comando de Policiamento de Área (CPA-Bangu) e agora irá comandar o 4º CPA (Niterói).

Foram nomeados ainda os coronéis Paulo César Lopes, que deixa o comando do 14º BPM e vai para o 2º CPA (Bangu) , e Daltro Crespo Zuma, que assume a diretoria de Gestão de Pessoal.

Lista negra

Das dez exonerações, sete estavam na lista em que 45 oficiais colocaram seus cargos à disposição. Eles eram considerados líderes do grupo chamado de Barbonos, que reivindicava, entre outras questões, a melhoria de salários para policiais militares.

Na quarta-feira (30), a Associação de Militares do Estado do Rio de Janeiro (AME-RJ) elaborou uma carta a ser entregue ao governador Sérgio Cabral em que pede a exoneração do secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame e que o governador reveja a saída do ex-comandante-geral da PM, Ubiratan Angelo.

Segundo a Secretaria de Segurança, alguns policiais que participaram da manifestação do último domingo (27), em que cerca de 300 policiais protestavam por melhores salários nas proximidades da residência do governador serão investigados internamente por insubordinação.

Veja a lista dos exonerados

Entre os exonerados estão:
- Tenente Coronel Joziel Havani - comandante do 18º BPM (Jacarepaguá)
- Coronel Hildebrando Esteves - chefe de gabinete do ex-comandante-geral Coronel Ubiratan Angelo
- Coronel Ronaldo Antonio de Menezes - comandante do 4º Comando de Policiamento de Área (CPA), em Niterói
- Coronel Leonardo Passos Moreira – comandante da Escola superior de Polícia Militar
- Coronel Dario Cony dos Santos – comandante das Unidades Operacionais Especiais
- Coronel Rodolfo Oscar Lyrio Filho – comandante da Academia de Policia Militar
- Coronel Renato Fialho Esteves – diretor da Diretoria Geral de Apoio Logístico (DGAL)
- Coronel Francisco Carlos Vivas - diretor da Diretoria Geral de Pessoal
- Coronel Carlos Fogaça - diretor de finanças
- Major Wanderby Braga de Medeiros – que trabalhava no 4º CPA (Niterói), e era responsável pelo blog.


Além deles, o Relações Públicas da PM, tenente-coronel Rogério Seabra entregou o cargo. “Pedi exoneração por razões morais”, limitou-se a dizer ele.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Oficiais pedem demissão e agravam crise na PM do Rio

Pelo menos 43 teriam entregue carta de demissão - 17 seriam comandantes.

Cúpula da segurança pública antecipou a posse do novo comandante da PM.
Do G1, no Rio

A crise na Polícia Militar do Rio de Janeiro se agravou nesta quarta-feira (30) depois que, pelo menos, 43 oficiais – 17 deles seriam comandantes de batalhões - entregaram um pedido de demissão coletiva. Numa tentativa de contornar a situação, a cúpula da segurança pública no estado antecipou a transmissão do cargo para as 17h30. O coronel Gilson Pitta Lopes assumiu o comando-geral sem formação da tropa, contrariando a tradição da PM.


Na terça-feira (29), o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, decidiu demitir o então comandante-geral da PM, Ubiratan Angelo, que não punira oficiais – pelo menos oito comandantes – que participaram de um protesto por melhores salários nas imediações da casa do governador Sérgio Cabral, no Leblon, na Zona Sul do Rio. O ato foi classificado por Beltrame e Cabral de “insubordinação”.

Na manhã desta quarta-feira, houve protesto em alguns quartéis da capital. Policiais teriam permanecido aquartelados, enquanto outros abandonaram o policiamento ostensivo. O ex-chefe de gabinete do comando-geral da Polícia Militar, coronel Hildebrando Esteves, confirmou que houve “uma mobilização pela manhã” com intuito de impedir a saída de policiais dos quartéis, “mas foram tomadas providências, rapidamente” para evitar o movimento.

Disciplina

Ainda pela manhã, o governador Sérgio Cabral cobrou disciplina da PM e disse que “meia-dúzia” estava por trás dos protestos. O secretário Beltrame reafirmou que não há a menor chance de recuo na demissão do coronel Ubiratan Angelo. Já o novo comandante-geral, Pitta Lopes, disse, em entrevista ao RJTV, que tinha como enfrentar um pedido de demissão coletiva, já que a corporação possui um efetivo de 39 mil homens.

Pela manhã houve grande mobilização no Quartel General, com a presença de oficiais que procuraram o chefe do Estado Maior para protocolar seus pedidos de exoneração. Ainda no início da tarde, informações não confirmadas oficialmente, davam conta de que policiais de pelo menos três quartéis estariam deixando de fazer o policiamento ostensivo e voltando para o batalhão.

Transmissão de cargo

Nesta quarta-feira (30), a transmissão de cargo de comandante-geral da Polícia Militar foi antecipada para as 17h30 no quartel-general da corporação, no Centro do Rio. A assessoria de imprensa da PM não explicou o motivo da antecipação, que estava prevista para a tarde de quinta-feira.

Sobre a antecipação da troca de comando, o coronel Hildebrando Esteves disse que não sabia o motivo, mas acredita que “talvez seja pela proximidade do carnaval ou para evitar um levante ou movimento maior na reunião que haverá esta noite” na Associação de Militares Estaduais do Rio de Janeiro com a participação de oficiais que se manifestaram contra a saída de Ubiratan Ângelo e entregaram os cargos – inclusive ele, Humberto Esteves.

“Mesmo com a saída dos comandantes de batalhões as unidades não ficarão acéfalas. A Polícia Militar é do povo e não do governo. A sociedade não pode ser prejudicada”, garantiu.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Funcionários denunciam 'falso movimento de apoio' à prefeita de Magé



Rio - A prefeita de Magé, Núbia Cozzolino, promoveu uma manifestação em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Magé, Baixada Fluminense, nesta terça-feira. Cerca de 300 pessoas participaram do ato, muitos eram funcionários da prefeitura, que segundo eles, foram convocados sob pena de demissão.

Muitos chegaram em ônibus alugados. Outros, que denunciavam o esquema de coação, foram retirarados do local. Segundo alguns funcionários, todos tiveram que confeccionar os cartazes, utilizando material das escolas.

Revoltados, funcionários que denunciaram o “falso movimento de apoio”, como definiram o ato, trocaram acusações com os defensores da política nesta segunda. “Eles só estão aqui porque foram ameaçados. Os eleitores descontentes com a atual administração aplaudiram a polícia por livre e espontânea vontade (no dia da prisão de acusados de fraudes, quinta-feira). Os manifestantes de hoje foram trazidos em ônibus alugados”, revelou Anderson Dias, 36 anos, funcionário comissionado expulso da praça. Policiais do 34º BPM (Magé) tiveram que se chamados para evitar que ele sofresse agressões.

Ainda segundo alguns funcionários, foi pago nesta segunda-feira os salários dos funcionários, referentes aos meses de janeiro e fevereiro, que estavam atrasados. Na manifestação, Núbia disse ainda que vai liberar o de março em breve.

Núbia Cozzolino discursou por duas horas e disse que o Procurador-Geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira, não tem competência para atuar no caso, já que as acusações são de desvio de verba federal. "O caso deveria ser investigado pelo Ministério Público Federal", disse.

Núbia afirmou diversas vezes que é inocente, que nunca roubou nada, mas está disposta a pagar pelo que for comprovado. Ela e os prefeitos de Santo Antônio de Pádua, Luís Fernando Padilha Leite (PMDB), e Aperibé, Paulo Fernando Dias (PMDB), o Foguetinho, são acusados de participar de um esquema de fraude em licitações públicas. Núbia e Foguetinho já teriam recebido de R$ 50 mil a R$ 100 mil.

A prefeita disse ainda que está sendo alvo de perseguição do Ministério Público e que não tem ligação alguma com a quadrilha acusada de corrupção. Em discurso inflamado, em cima de um carro de som, Núbia se considerou pobre a ponto de morar em casa de apenas um cômodo e de telhado.

A Polícia Militar reforçou o policiamento e cercou todo o local. Aos gritos de “Núbia, nós te amamos” e “Isso é manobra da oposição”, os manifestantes expulsavam quem tentava falar mal da prefeita.

PMDB adia decisão sobre expulsão de Núbia

A Executiva Regional do PMDB recuou nesta segunda-feira e remarcou para só depois do Carnaval a reunião que definirá a expulsão ou não de Núbia Cozzolino. O secretário-adjunto do partido, Carlos Alberto Muniz, enviou ofício ao Procurador-geral da Justiça, Marfan Vieira, solicitando informações sobre acusações de receber propina que pesam sobre ela.

Emissoras do Rio recebem canais para operar TV digital


Primeiras transmissões devem ser realizadas no Rio até julho deste ano.
Por enquanto, essa forma de transmissão só está disponível em São Paulo.
Da Agência Estado

Sete emissoras de televisão do Rio de Janeiro recebem nesta quarta-feira (29) do ministro das Comunicações, Hélio Costa, os canais para a operação da TV digital na capital fluminense. As primeiras transmissões comerciais no novo sistema, no Rio, irão ao ar até julho deste ano. A cerimônia para a assinatura do termo de consignação dos canais está marcada para as 15 horas, no Centro Cultural dos Correios.

As emissoras liberadas para operar o novo sistema no Rio são a TV Globo, SBT, Rede Record, TV Bandeirantes, TV Corcovado, TV Ômega Ltda (Rede TV) e TV Brasil (Radiobrás). A previsão do Ministério das Comunicações é de que outras quatro cidades -- Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador -- também tenham TV digital até meados do ano.

Em dezembro do ano passado, Hélio Costa assinou o ato de distribuição dos canais para as emissoras que operam na cidade de Belo Horizonte. Pelas regras, as emissoras têm até seis meses para entrar em operação depois de receberem os canais digitais.

A TV digital foi inaugurada no Brasil em dezembro, na cidade de São Paulo. A expectativa é de que a nova tecnologia chegue às demais capitais dos Estados em 2009. Em seguida, a TV digital será levada às grandes e médias cidades.

Em junho de 2016, todo o Brasil deverá ter acesso à TV digital, já que o sistema analógico será desativado. Até lá, as emissoras terão de fazer a transmissão simultânea dos dois sistemas. O país tem cerca de 65 milhões de televisores e a TV aberta chega a 90% dos domicílios. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Novo comandante-geral da PM já recebe críticas por aceitar o cargo


Pitta assinou manifesto de oficiais que brigavam por melhores salários.
Presidente de associação de militares prevê "problema sério" para o chefe da corporação.
Aluizio Freire Do G1, no Rio

Antes da reunião de oficiais da Polícia Militar, que começou na noite desta terça-feira (29), na sede da Associação de Militares do Estado do Rio de Janeiro, no Centro, o presidente da entidade, coronel Dilson Ferreira Anaide, criticou a mudança de postura do coronel Gilson Pitta Lopes que aceitou o convite para assumir o cargo de comandante-geral da corporação.


Pitta é um dos nove coronéis da PM que assinaram, em julho de 2007, o manifesto dos Barbonos. O grupo, formado por profissionais de segurança pública no posto de coronel, criou o movimento com a proposta de resgatar a cidadania do policial militar, através de melhores salários e adequadas condições de trabalho. No documento, os integrantes se comprometem a não aceitar convite para ocupar o cargo de comandante-geral da corporação.


“Ele (Pitta) se comprometeu que, sob nenhuma hipótese, assumiria o comando. Agora, ele aceita o convite, concorda em exonerar os companheiros e ainda a abrir procedimento para investigar um ato que ele participou e apoiou sem nenhuma objeção”, disse Anaide.

“Creio que essa nomeação já traz um problema sério para o futuro comandante. Ele rasgou o compromisso da carta dos Barbonos”, acrescentou.

Mudança de posição

Durante entrevista coletiva, em que anunciou o nome do novo comandante-geral para substituir o coronel Ubiratan Angelo, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que “certamente o coronel Pitta mudou de posição” e renunciou ao manifesto dos Barbonos.

Ao lado do Chefe da Inteligência, Edval Novaes, e o subsecretário operacional, Roberto Sá, Beltrame, que anunciou também mudanças na estrutura da corporação logo após o carnaval, disse que não vai permitir atos de insubordinação como a passeata realizada no Leblon, Zona Sul do Rio, liderada pelo ex-corregedor Paulo Ricardo Paúl, outro integrante dos Barbonos.

“Não vamos permitir que um grupo de pessoas intervenha em um trabalho sério realizado pela secretaria. Quantos policiais sofreram punições por atos menores do que essa caminhada? Fizeram esse ato à revelia do secretário, uma pessoa que estava ao lado deles. Essas pessoas, no mínimo, se precipitaram. E cometeram uma insubordinação. Existe um regulamento disciplinar que não permite isso. Também não vamos permitir que façam reivindicações fora do tom, usando sites e blogs”, concluiu o secretário.

Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, embora admita que assinou o documento, o coronel Gilson Pitta afirma que nunca participou de passeata e que se afastou do movimento por discordar do rumo que os Barbonos estavam tomando.

Governo exonera todos oficiais da passeata


Comunicado oficial diz que eles ficarão sem função daqui por diante.
Manifestação por melhores salários foi chamada de ato de "insubordinação".
Do G1, no Rio
André Teixeira
Ag. O Globo

Em reação a uma passeata de cerca de 300 manifestantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros por melhores salários, domigo (27), na praia do Leblon, na Zona Sul, o governo do Rio de Janeiro anunciou que “todos os oficiais – sem exceção – que participaram da manifestação do último fim de semana serão exonerados e ficarão fora de função até segunda ordem”. Pelo menos oito oficiais com comando estavam no protesto.

O ato foi considerado uma “insubordinação” e “ofensivo” ao governador Sérgio Cabral e ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Os manifestantes se aproximaram da residência particular de Cabral, no Leblon, que recebeu reforço no policiamento.

A decisão está num comunicado oficial da Secretaria de Segurança Pública divulgado no início da noite desta terça-feira (29), em que o coronel Gilson Pitta Lopes é confirmado como novo comandante-geral da Polícia Militar, em substituição ao coronel Ubiratan Angelo. Pitta chefiava a PM2, o serviço de inteligência da corporação. O novo chefe do estado-maior da PM é o coronel Antônio Carlos Suarez David, atual comandante de policiamento na capital.

Questão salarial

Numa prova de que a questão salarial foi o motivo da crise, a nota oficial se refere ao problema: “Este governo sabe que é necessário recuperar o salário da tropa - um dos mais baixos do país - e não vem economizando esforços para isso. O secretário José Mariano Beltrame se dedica integralmente a esta melhoria salarial desde o primeiro dia de administração. Logo no primeiro ano concedeu um aumento, fato inédito em administração pública, e sempre deixou claro que assim que tiver condições financeiras, as polícias serão beneficiadas”, assinala o documento.

A nota do governo do estado diz ainda que “o governo Sérgio Cabral colocou segurança pública como prioridade”. E afirma: “dentro deste contexto, o governo e a secretaria avaliam que as manifestações ofensivas contra o secretário e o governador de uma pequena parte dos oficiais, em sites, blogs e passeatas são despropositadas e fora da realidade. Trata-se de insubordinação”, acrescenta, anunciando que todos os manifestantes estão exonerados e ficarão sem função.

PM troca comando de batalhões antes do carnaval


Secretário pretende fazer verdadeira faxina, com mudanças na "essência da corporação".
Novo comandante assinou compromisso para não assumir e é criticado por aceitar cargo.
Aluizio Freire Do G1, Rio

Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (29), o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, anunciou uma verdadeira faxina na Polícia Militar. As mudanças, inclusive trocas de comando dos batalhões, serão feitas antes do carnaval. A nomeação do novo comandante-geral, coronel Gilson Pitta Lopes, foi criticada por grupo de oficiais que liderava campanha por melhores salários.

“Nós vamos mexer na estrutura da PM, em sua essência. É necessário que se mude. É preciso arejar com pessoas que tenham outra mentalidade. As mudanças serão anunciadas até a próxima quinta-feira”, garantiu Beltrame.

O anúncio do novo comandante-geral da PM, coronel Gilson Pitta Lopes, ao mesmo tempo em que o secretário determinava a exoneração de pelo menos oito oficiais que participaram da passeata no fim de semana no Leblon, Zona Sul do Rio, reivindicando melhorias salariais, foi criticada pela Associação dos Militares do Estado do Rio de Janeiro (antigo Clube dos Oficiais da PM).

Pitta é um dos signatários de um documento redigido pelo grupo chamado Barbonos, que lidera a campanha por aumento de salários, em que os oficiais se comprometem em não aceitar convite para assumir o cargo de comandante-geral da corporação.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Detro multa 118 motoristas e recolhe 28 veículos

Ação é considera a maior já realizada pelo departamento.

A multa para os veículos removidos pode chegar a R$ 1.749,50.
Do G1, no Rio

A operação realizada durante esta segunda-feira (28) pelo Departamento de Transportes Rodoviários do Rio registrou 118 infrações e 28 apreensões na capital até às 17h.

Segundo o Detro, os veículos apreendidos foram levados para depósitos públicos municipais. A multa pode chegar a R$ 1.749,50.

O governador Sérgio Cabral determinou que a fiscalização com o transporte irregular fosse intensificada. A partir desta segunda, a operação
“Sou legal, e daí?” passou de 10 pontos fixos para 23, nos locais onde há maior incidência de transporte irregular no município. A ação segue até as 20h.

Transporte sem autorização
Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Domingos Peixoto / Agência O Globo
Fiscais retiraram de circulação vans, kombis, carros de passeio e ônibus. (Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo)

Ao longo do dia, os fiscais flagraram e retiraram de circulação vans, kombis, carros de passeio e ônibus que realizavam transporte de passageiros sem autorização. Segundo a assessoria, o número de irregularidades encontradas poderia ser maior ainda. Estima-se que cerca de quatro mil veículos piratas tenham fugido da fiscalização, o que refletiu na melhoria do trânsito na cidade.

“O reforço da fiscalização é uma resposta às ameaças aos fiscais do Detro. O resultado já pôde ser percebido no trânsito”, afirmou Rogério Onofre, presidente do Detro. O presidente do Detro afirmou no dia 22 de janeiro, que quatro oficiais da PM que atuam na fiscalização do transporte irregular no Rio vêm sofrendo ameaças de morte.

Operações freqüentes

No dia 23 de janeiro, uma operação do Detro apreendeu nove veículos irregulares na Avenida Lauro Sodré, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

No dia 11 de janeiro, uma operação do Detro apreendeu 34 veículos por transporte irregular de passageiros, no Centro do Rio, e multou outros cinco veículos por problemas com a documentação, falta de ar condicionado e excesso de passageiros. A operação contou com 63 fiscais e 15 viaturas, que atuaram em 11 pontos do bairro.

E no dia 7 de janeiro, uma operação com cerca de 300 homens de delegacias especializadas e agentes da Guarda Municipal e fiscais do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) reprimiur o transporte irregular de passageiros na região de Campo Grande, na Zona Oeste. A polícia apreendeu 27 vans e seis veículos foram recuperados.

Disputa pelo controle do transporte alternativo

Em 2006 e 2007, cerca de 70 mortes tiveram envolvimento ou suspeita de envolvimento com a máfia das vans, de acordo com informações da polícia. Em vários casos, policiais seriam mandantes dos crimes.

O caso mais recente foi em agosto de 2007, quando o sargento da PM, Francisco César Silva Oliveira, o Chico Bala, foi vítima de um atentado em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. A polícia suspeita que o crime teria relação com a disputa pelo controle do transporte alternativo na região. Um policial civil, um policial militar e outros dois ex-PMs foram presos.

O vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho (PMDB), foi preso, acusado de ser um dos mandantes desse crime. O político, também acusado de chefiar grupo de milícias - grupo armado que cobra para manter suposta segurança - na Zona Oeste do Rio, nega participação no assassinato.

Segundo o Detro, as vans respondem por quase 30% do transporte no estado do Rio de Janeiro. São 7,5 mil veículos regularizados, enquanto outros 10 mil circulam clandestinamente, informou o departamento. As vans tiveram a importação autorizada pelo governo federal há pouco menos de 20 anos.

MP pede para renovar prisão de acusados de fraude

Em Magé, população faz protesto a favor da prefeita, suspeita de participar de esquema.

Promotores dizem, porém, que há indícios que manifestantes foram obrigados a protestar.
Do G1, no Rio, com informações do RJ TV

O Ministério Público pediu à Justiça para renovar por mais cinco dias a prisão temporária dos acusados na Operação Uniforme Fantasma. Dos 18 presos, dois foram soltos porque colaboraram com as investigações. Oito pessoas estão foragidas.

Visite o site do RJ TV

Na periferia de Magé, na Baixada Fluminense, moradores se queixam da falta de investimento no município. Basta sair do Centro da cidade e os problemas se tornam evidentes. Buracos nas ruas, bairros cobertos de lama. No bairro Nova Marília, o esgoto corre em valas a céu aberto. A única área de lazer é obra dos próprios moradores e o calçamento eles cansaram de esperar.

“No meu portão tem (esgoto) porque eu fiz, consegui umas manilhas de um amigo de Caxias (também Baixada), ele mandou pra mim, paguei pra fazer, meu esposo fez o esgoto. Para lá, (a obra) em algumas ruas está começada, mas não está terminada, mas aqui na minha rua é promessa”, contou uma moradora.

O sistema de saúde também é alvo de críticas

“Tem médico, mas você vai faz um pedido de exame pro filho, o pedido fica lá, o papel some. Exame vem trocado, de criança de 4 anos, vem 44, com uma vizinha aconteceu isso”, reclama outra.

R$ 100 milhões

Enquanto isso, R$ 100 milhões, que deveriam ser usados em benefícios para a população de seis municípios do Rio podem ter sido desviados para as contas da quadrilha, segundo os promotores.

Magé é o principal alvo das investigações. E, segundo o Ministério Público, há indícios da participação da prefeita Núbia Cozzolino no esquema.

A secretária de fazenda do município, Núcia Cozzolino, está foragida. Ela é irmã da prefeita, que não aparece para trabalhar desde a semana passada, quando agentes da Draco cumpriram mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura. Na saída do prédio, na quinta-feira, o povo apoiou o trabalho dos policiais.

Manifestação a favor da prefeita

Esta manhã, na praça em frente à prefeitura de Magé, um grupo manifestou apoio à prefeita Núbia Cozzolino.

“Eu nunca vi um trabalho igual ao da prefeita. É do uniforme, merenda, funcionário, pagamento. Tudo cem por cento. Eu tenho certeza: a prefeita não tem nada a ver com isso. E ela vai provar isso. Magé nunca teve uma prefeita como Núbia Cozzolino. É a única prefeita que está trabalhando”, explicou uma das manifestantes.

Entretanto, segundo as investigações da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público, os participantes do protesto são funcionários da prefeitura que teriam sido ameaçados de corte de ponto. O MP diz ter recebido denúncias de manipulação política.

Reclamações

Nas ruas, a indignação dos moradores que acompanham as investigações.

“É funcionário que tem que assinar livrinho de presença que está fazendo isso aí, porque o povo está irritado com isso aí, com essa pouca vergonha que está acontecendo no nosso município. Ela tirou um bocado de funcionário pra vir pra cá, se não vier é mandado embora. Isso aí é uma vergonha”, argumentou uma terceira moradora.

A assessoria de imprensa da prefeitura de Magé informou que a prefeita Núbia Cozzolino só vai se pronunciar sobre as acusações de corrupção envolvendo o município na terça-feira (29), mas não divulgou um horário definido.

Preso suspeito de aplicar golpes em 40 mulheres


Anilton Motta iniciava namoro com mulheres que conhecia na internet para depois roubá-las.
Polícia chegou a ele pelo Orkut da atual namorada, com quem estava morando.
Do G1, no Rio

Fabiano Rocha

Acusado de furtar diversas mulheres com quem teve relações amorosas, Anilton Motta Filho foi levado nesta segunda-feira (28) para a carceragem da Polinter, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, após ser preso no sábado (26) no bairro da Freguesia, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, por agentes da 79ª DP (Jurujuba). O delegado assistente da 79ª DP, José Peixoto de Siqueira, estima que pelo menos 40 mulheres foram vítimas de Anilton, que agia no Rio de Janeiro e em Niterói.

Segundo o delegado, ele procurava mulheres separadas, viúvas ou "em situação fragilizada" no site de relacionamentos Orkut antes de se aproximar. Em seguida, Anilton iniciava um namoro. Depois de ter acesso à residência e conquistar a confiança da vítima, furtava objetos de valor.

Estelionato, furto qualificado e ameaça

O delegado Peixoto informou que Anilton está sendo acusado de estelionato, com pena de um a cinco anos de prisão, furto qualificado com abuso de confiança, que tem punição prevista de dois a oito anos de reclusão, e ainda ameaça.

“Ele é muito perigoso. Ainda não sabemos se essa é mesmo a identidade dele. Anilton costumava ameaçar as vítimas por telefone depois de realizar o furto para evitar que elas dessem queixa. Ele tem muita lábia, se aproximava das mulheres na conversa. Ele é um homem feio, careca”, contou o delegado.

A polícia descobriu o paradeiro de Anilton por meio da página no Orkut da última namorada do golpista. A mulher, moradora da Freguesia, convidou Anilton para morar em sua casa e publicou fotos do casal na internet. Os agentes da 79ª DP foram à residência da namorada e encontraram o casal chegando em casa no carro da vítima. Segundo o delegado Peixoto, a mulher ficou chocada e não quis acompanhá-lo até a delegacia.

Até peças de computador

Uma das vítimas de Anilton teve um relacionamento de cerca de um ano com o suspeito. L. B. A., de 37 anos, conheceu Anilton em 2005 e o hospedou em sua casa, tendo ajudado-o, inclusive, a saldar dívidas. Ela descobriu que ele havia substituído peças do seu computador por outras defeituosas. Perguntado sobre o ocorrido, ele disse ter vendido as peças. A vítima registrou o caso na 79ª DP, onde explicou que, depois do fato, entendeu outros episódios, como o sumiço de pequenas quantias de dinheiro, uma filmadora, celular e o step de um carro.


“Ela disse que estava envolvida amorosamente e não queria acreditar que podia ser ele. Ela ofereceu a casa até para os filhos dele morarem. E pagou dívidas dele”, contou o delegado.

Outras estratégias de golpe

Segundo a polícia, Anilton tinha outras formas de praticar golpes. Em um registro feito na 79ª DP, em julho de 2007, a vítima S. M. M. relatou que Anilton entrou em sua casa oferecendo assinatura de um jornal. A vítima, uma mulher de 47 anos, residente em Pendotiba, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, contou que ele pediu para acessar o site da empresa e acabou entrando em sua página no Orkut para mostrar fotos dos três filhos e da ex-mulher.

Depois de fazer o cadastro da nova cliente, sem cobrar nada, Anilton foi convidado por ela para almoçar no apartamento, junto com um amigo dela. Depois do almoço, Anilton pediu para usar novamente a internet e, quando a vítima se ausentou para ir à casa da vizinha, ele furtou seu laptop, um DVD player, R$ 1.400 em dinheiro, cerca de R$ 8 mil em jóias, uma câmera digital e R$ 400 da carteira do amigo da vítima.

Depois do furto, a mulher entrou em contato com o jornal onde ele trabalharia e descobriu que Anilton já foi empregado do veículo, explicou o delegado Peixoto. Ela conseguiu o telefone do suspeito no antigo emprego e falou com a ex-mulher de Anilton, que disse também ter sofrido golpes.

Homem também foi alvo do golpista
Outro caso registrado na polícia foi o do aposentado I. F. de A. de 58 anos. A vítima, dessa vez, foi um homem. Ele contou que conheceu Anilton em uma hospedaria no Centro do Rio, onde o suspeito ocupava uma vaga temporariamente. Em setembro de 2007, Anilton arrombou a porta do quarto da vítima e levou cartões de crédito, documentos, roupas, R$ 4 mil em dinheiro e US$ 2 mil. Moradores de outros quartos também foram furtados. A vítima relatou ao delegado Peixoto que Anilton fez diversas dívidas em seu nome.

“Essa prisão foi importante. Não temos todos os registros, porque as pessoas tem medo de denunciar, mas sabemos de cerca de 40 vítimas. Ele já está agindo há, pelo menos, três anos”, disse o delegado.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Extraia o máximo do seu instinto feminino e use a criatividade para tornar os momentos prazerosos



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26.Jan.2008 | Em um relacionamento amoroso querer agradar ao parceiro é um dos pilares para se ter uma relação feliz. Não é preciso muita coisa para despertar um sorriso e aquele brilho no olhar no seu amado. Algumas atitudes bem simples podem fazer com que ele fique ainda mais encantado pela mulher que está do lado dele. Confira uma lista com 15 atitudes que vão deixar seu parceiro "derretido" por você:
1. Fazer com que ele se sinta um herói - Os homens se encantam quando percebem que podem garantir proteção às mulheres. Não importa a situação pela qual você esteja passando, fazer com que ele se sinta um herói e deixar protegê-la faz dele um parceiro mais feliz.
2. Ter mãos suaves - Eles até podem reclamar muitas vezes da vaidade excessiva, mas os homens adoram sentir mãos delicadas acariciando sua pele.
3. Ficar ao natural - Mesmo que você dedique uma hora diária para se arrumar antes de sair para que ele te veja deslumbrante, ele também adora poder curtir os momentos em que você está em casa relaxada, sem maquiagem, ao natural.
4. Ser adorável com crianças - Ainda que ele não se sinta preparado para ser pai, muitos homens ficam encantados quando percebem que suas parceiras têm um instinto maternal aflorado e que elas se derretem quando se deparam com um bebê de amigas ou até mesmo de pessoas desconhecidas.
5. Usar a roupa dele de manhã - Não perca a oportunidade de colocar uma das cuecas dele ou mesmo a camisa que ele vai usar no trabalho. Essa atitude pode ser muito sexy e fazer com que ele nem se preocupe em chegar atrasado no trabalho.
6. Mostrar sua independência - Nada melhor para um homem do que admirar sua parceira. Claro que existem homens que preferem suas mulheres em casa, mas é cada vez maior o número de homens que gostam quando a mulher demonstra paixão por um trabalho.
7. Decorar o ambiente - Eles gostam de lugares aconchegantes, mas muitos não têm idéia de como consegui-los. Extraia o máximo do seu instinto feminino e use a criatividade para tornar os momentos e lugares em que você estiver com ele muito prazerosos.
8. Fazer "biquinhos" - Sim, esse gesto de menina mimada quando você não está satisfeita com algo funciona de vez em quando. Só tome cuidado para não fazer manha além da conta ou em situações sérias.
9. Usar sapato alto - Muitos homens se queixam do barulho e do incômodo do salto alto, mas eles também adoram ver como as mulheres ficam elegantes quando usam esse tipo de sapato.
10. Arrumar-se para ele - Eles adoram se sentir importantes e poder "exibir" sua parceira toda linda para os amigos.
11. Vesti-lo para ir ao trabalho - Não se trata de escolher todo dia a roupa que ele vai usar para trabalhar, mas de vez em quando dê um retoque em pequenos detalhes, por exemplo, no nó da gravata.
12. Preocupar-se com detalhes em ocasiões especiais - As mulheres têm uma memória invejável, por isso é muito fácil surpreendê-los em datas especiais. Um cartão, uma lembrancinha são sempre bem-vindos.
13. Apelidos carinhosos - Os casais geralmente costumam criar apelidos criativos como "amorzinho", "chuchu" e tantos outros. Alguns homens gostam desse tipo de mimo, mas se certifique de usá-lo somente quando estiverem sozinhos, a não ser que ele tome a iniciativa e comece a falar em público primeiro.
14. Cenas caseiras - Você não precisa aparecer na frente dele usando um avental, estilo dona-de-casa dos anos 50, para poder seduzi-lo ao preparar uma refeição. Mas, eles gostam de ver os dotes caseiros das mulheres. É como alguns dizem: conquistar o homem "pela barriga".
15. Lingeries sensuais - Se há algo que os deixa muito loucos é quando as mulheres usam lingeries especiais mesmo sem ter uma data comemorativa. Use-as quando você souber que vão pode ter um momento a dois naquele dia.

Detran dá curso grátis a motorista

Aulas obrigatórias para reciclar quem atingiu 20 pontos custavam R$ 400

Rio - Na tentativa de incentivar a recuperação dos motoristas infratores, o Detran-RJ decidiu oferecer gratuitamente o curso de reciclagem obrigatório a todos aqueles que acumularam 20 ou mais pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e tiveram o direito de dirigir suspenso. A novidade representa economia de R$ 400 para condutores que, até então, tinham que pagar pelas aulas.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas na sede do Detran-RJ (Avenida Presidente Vargas 817, Centro). As aulas começam em 11 de fevereiro, e serão no mesmo local, de segunda a sexta-feira, das 18h às 21h. O curso dura 30 horas e será realizado em duas semanas.

“Nossa intenção é facilitar a vida desses motoristas, para que se tornem exemplos e não precisem mais passar pelo curso. Escolhemos o período da noite, porque a maioria trabalha de dia”, explicou o presidente do Detran-RJ, Antônio Francisco Neto. Ele ressalta: “Para receber o diploma, os motoristas não poderão perder nenhuma aula.”.

ONGs: desvio de milhões e endereços inexistentes

Esquema de fraudes baseado em Magé incluía entidade que em apenas quatro meses ganhou R$ 2,4 milhões da Prefeitura de Pádua

Adriana Cruz

Moradores de Magé fizeram dois dias de protesto em frente à prefeitura do município. Foto: André AzRio - O esquema montado com contratos irregulares com Organizações Não Governamentais (ONGs), principalmente nas prefeituras de Magé e Santo Antônio de Pádua, pode ter desviado mais de R$ 25 milhões. As informações fazem parte da Operação Uniforme Fantasma, deflagrada quinta-feira pelo Ministério Público (MP) e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que investigam rombo de R$ 100 milhões em seis prefeituras em licitações fraudulentas e contratos irregulares com ONGs. Entre elas, os principais alvos são a Associação Brasileira de Desenvolvimento Humano (ABDH), a Organização Nacional de Estudos e Projetos (Onep) e o Instituto de Assistência ao Município (IAM).

Um dos contratos que mais chamaram a atenção dos investigadores foi firmado entre a Onep e a Prefeitura de Santo Antônio de Pádua. Em quatro meses, de setembro a dezembro de 2005, a ONG recebeu R$ 2,4 milhões para prestar serviço de apoio, consultoria, assistência e auxílio. O chefe do esquema em Pádua e Magé era o secretário de Administração de Pádua, Tarcísio Padilha Aquino, preso quinta-feira. O MP descobriu que entre 2004 e 2005 ele movimentou cerca de R$ 1,5 milhão. Há ainda extratos bancários que apontam um depósito de R$ 500 mil de Tarcísio em favor de uma microempresa.

Em depoimento na Delegacia Fazendária sexta-feira, a secretária de Saúde de Santo Antônio de Pádua, Carla Souza Neves, que foi libertada, detalhou um dos pontos do esquema envolvendo a Onep na área de Saúde do município. De acordo com ela, foram pagos R$ 78 mil referentes ao aluguel, para um hospital da cidade, de um tomógrafo que não estava funcionando. O valor foi parcelado e depositado durante três meses na conta da Onep. Só deixou de ser pago porque a prefeitura descobriu que o equipamento estava inoperante.

As ONGs nem sequer funcionam nos endereços que constam no cadastro da Receita Federal no Rio e no Município de Saquarema. Segundo apuraram o MP e a polícia, as prefeituras contratavam as ONGs e depois o dinheiro era desviado para membros da quadrilha. Para cercar o esquema, os investigadores estão fazendo o cruzamento de dados recolhidos em computadores em 60 endereços em 17 municípios do estado.

Desde o início da Uniforme Fantasma, 21 acusados, entre secretários municipais, servidores e empresários, foram presos. Cinco foram libertados pela Justiça a pedido do Ministério Público e sete continuam foragidos, entre eles o ex-prefeito de Magé Charles Cozzolino.

A quadrilha, formada por quatro núcleos, montou esquema além do das ONGs, que envolve licitações de cartas marcadas para beneficiar empresas, compra fraudulenta de uniforme escolar e equipamentos hospitalares e fraude na folha de pagamento de Magé, com a inserção de funcionários fantasmas. A prefeita de Magé, Núbia Cozzolino, e o prefeito de Aperibé, Paulo Fernando Dias, o Foguetinho, ambos do PMDB, também viraram alvo da investigação. Em depoimento, um preso afirmou que eles costumavam receber de R$ 50 mil a R$ 150 mil em espécie.

A investigação começou em janeiro, com informações repassadas pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) à Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal (Coesf). Funcionários do Coaf perceberam que depósitos de até R$ 1 milhão eram feitos em nomes de microempresas e sacados pelos acusados. O grupo responderá por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato e crime contra a Lei de Licitações. As penas variam de 6 meses a 12 anos de prisão. As prefeituras envolvidas são as de Magé, Angra, Pádua, Japeri, Rio Bonito e Paraíba do Sul.

PACIENTE VIAJOU 30 KM COM BRAÇO QUEBRADO

As fraudes investigadas pelo Ministério Público na Prefeitura de Magé incluem esquema de superfaturamento no fornecimento de equipamentos de radiologia. O problema se torna mais grave quando se verifica que nenhuma unidade hospitalar de Emergência no município possui os aparelhos.

No Centro, um tapume colocado em frente ao antigo Hospital Municipal, demolido há três meses pela prefeita Núbia Cozzolino, esconde as obras paradas. A dona-de-casa Maria Auxiliadora da Silva, 60 anos, que é hipertensa, diz que é obrigada a recorrer aos postos municipais para buscar atendimento. “O problema é que os postos estão sempre lotados”, diz ela.

Já a dona-de-casa Sandra Pacheco, 45 anos, conta que é obrigada a viajar mais de uma hora para bucar atendimento em municípios vizinhos, como Niterói, Duque de Caxias e Teresópolis. Na semana passada, ela fraturou o braço esquerdo e teve de pegar um ônibus de Magé, onde mora, até o Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, a 30 quilômetros de distância, para buscar socorro: “Chorei de dor na viagem. Não gosto nem de lembrar”.

Sexta-feira, o retrato do caos na Saúde se confirmava: o Hospital Municipal de Piabetá estava sem ortopedista, o que obrigava os pacientes a procurar socorro em hospitais de outros municípios, como fez Sandra. “É um absurdo o que fazem com a Saúde do município. Não poderiam fechar um hospital sem abrir outro”, reclama o estudante Álvaro Alencar de Oliveira, 26 anos.

Problemas para as eleições

Além de ter de se explicar à Justiça, os políticos envolvidos no esquema de fraudes em seis prefeituras do estado também deverão ter problemas com os eleitores no pleito municipal deste ano, segundo a avaliação de cientistas políticos. O problema maior deverá ser para a família Cozzolino, que comanda a política de Magé. De acordo com o MP, o esquema seria articulado a partir da prefeitura da cidade. “O estrago eleitoral foi grande, atingiu diretamente a prefeita Núbia e sua família. O povo aplaudindo na rua foi um estrago terrível. A oposição vai se aproveitar”, diz Geraldo Tadeu, do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS). “No mesmo ano da eleição fica difícil para a prefeita reverter”, explica Tadeu.

“Eleitoralmente deve repercutir”, concorda o professor Antônio Carlos Alkmin, da PUC. “Vai dar munição para a oposição, mas as comunidades carentes às vezes não tomam conhecimento desses fatos”, pondera. “A corrupção no Brasil parece que é um fosso profundo. A impressão é que ainda falta muita coisa para acontecer”, lamenta o professor.

Beltrame: 'Nós vamos mudar a PM'

Secretário de Segurança afirma que passeata de policiais é 'insubordinação'

Alfredo Junqueira e João Marcello Erthal

Foto: Fábio GonçalvesRio - Prestes a comandar a operação policial para garantir segurança à maior obra já feita em favelas do estado, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, planeja mudanças na estrutura das polícias Civil e Militar. “Para depois do Carnaval”, avisa, ressaltando que a PM — alvo de um diagnóstico — passará por mudanças mais profundas, inclusive de pessoal. Apesar de reconhecer o direito de reivindicar salários, Beltrame considera “insubordinação” a manifestação que os militares preparam para hoje, na orla da Zona Sul. E manda um recado duro. “Essa instituição está dando a resposta a ponto de merecer o retorno salarial? É confiável? Tem credibilidade?”, pergunta. Na manhã da última sexta-feira, o secretário falou com exclusividade a O DIA sobre seus planos para o PAC e para a segurança do Rio este ano.

—O que a ocupação do Complexo do Alemão para o PAC terá de diferente do que foi feito ano passado?
—Temos que recuperar o que fomenta a segurança pública. Pela primeira vez, o governo pretende fazer o caminho inverso: levar para esses lugares condições para que as pessoas possam melhorar sua qualidade de vida. A segurança está na ponta do iceberg desse processo. O povo vive num estado de miséria, vive com problema de atendimento de saúde, de falta de escola, de falta de urbanidade, falta de esgoto, enfim, de todas as condições. E lá no fim tem a segurança pública. Nós vamos fazer intervenções sim, mas não ocupação.

—Como isso será feito?
—Vamos fazer intervenções para que o estado venha com obras estruturais. Porque, senão, mais uma vez a polícia vai fazer a sua parte e vai sair. No nosso entendimento, a cada ação policial, a área ficaria livre para que o estado pudesse desenvolver as demais atividades de sua obrigação. Assim como se desenvolveu um trabalho de segurança, o estado tem que desenvolver também suas demais obrigações.

—Mas em termos específicos de ação policial, o que haverá de diferente?
—Vamos ter que colocar policiamento definitivo em determinadas áreas, como o Alemão. Vamos ter grupos de policiais estabelecidos ali 24 horas. E não mais esses DPOs, que são um método antigo, ultrapassado, que não nos serve de nada. Temos que dispor de unidades maiores, mais estruturadas, para que as pessoas trabalhem e, a partir disso, aquele local passe a ser um local urbanizado.

—Um batalhão dentro do Alemão?
—Não. Para você ter idéia, temos lá mais de 20 pontos onde a polícia vai ficar diuturnamente. Este, inclusive, é o motivo pelo qual estou pedindo os Urutus (veículos blindados do Exército).

—A expectativa de policiais é de que, no primeiro momento, haja muitas mortes, de que o confronto seja duro. Há como evitar baixas?
—Acho que não. Acho difícil. Como eu disse lá desde o ano passado, a solução não é boa. E nós já demos a devida ciência às autoridades. Essa operação tem o custo social, o político e o financeiro. E as autoridades estão devidamente informadas disso. Na Colômbia, sempre citada como exemplo, morreu muita gente. No processo colombiano, se vocês forem ver a fundo, morreu muita gente, mais do que vocês podem imaginar.

—Um aspecto que chama atenção no processo colombiano é a maneira como eles lidaram com a corrupção dentro dos quadros da polícia. Muitas vezes adotando até ritos sumários...
—Muitas vezes não. Esse é o ponto diferencial. Não foram “muitas vezes” apenas. O comandante pode, a partir de uma foto como a que foi publicada (dos policias roubando cerveja, revelada com exclusividade na terça-feira pelo ‘DIA Online’), demitir sumariamente as pessoas, sem processo de ampla defesa. Mas aqui nós temos esse preceito. Na Colômbia, o rito é efetivamente sumário. Uma pessoa lá pode ser afastada pelo simples fato de ter mau comportamento social. Aqui, não. Aqueles policiais que, no meu entendimento, devem ser demitidos, vão passar por um conselho. É dado a eles o direito da ampla defesa. Coisa que eu, particularmente, acho que não vai adiantar, porque não há explicações para uma cena horrorosa daquelas. Mas nós, nem eu e nem o comandante, podemos, de pronto, demiti-los.

—Isso engessa o Estado?
—Sem dúvida.

—A situação do Rio pediria medidas mais duras?
—Nós teríamos que, no mínimo, discutir um momento de alguma decisão nesse sentido.

—O senhor citou um caso muito danoso para a imagem da polícia, particularmente a PM. Que avaliação o senhor faz das policiais Civil e Militar?
— A Polícia Civil é uma instituição dois terços menor que a Polícia Militar. Conseqüentemente, ela é uma polícia muito mais ágil. Os processos que movimentam são menores e mais curtos. Ela responde de uma maneira mais rápida porque toda a parte burocrática da Civil é muito menor que da Militar.

— A PM precisa se modernizar?
—A PM carece de mudança. Urgente. E nós vamos mudar a PM. É uma proposta nossa para este ano. Ano passado, o diagnóstico já estava feito. Tivemos aquelas complicações no começo do ano que nos atrasou. Depois, tivemos o Pan-Americano, que também nos atrasou, mas o diagnóstico da PM nós temos. E a PM merece e terá mudanças na estrutura e na essência.

—O que dá para adiantar dessas mudanças?
— Pessoal, otimização do uso do efetivo. É inadmissível que nós não tenhamos os batalhões integrados. Isso é descabido no século 21. Isso demonstra a rigidez da musculatura administrativa da instituição. O fato de ela ter 200 anos não quer dizer nada, porque tudo muda. Tudo se moderniza e o que é novo, hoje, amanhã passa a ser velho.

—Vai ter muita troca de pessoal na PM?
— Vai ter, mas muita não. Nós vamos trocar. Depois do Carnaval nós vamos mexer. Não só na PM, mas nas instituições.

—Ontem (quinta-feira) houve uma reunião com 22 coronéis de batalhões e eles decidiram fazer uma manifestação no domingo (hoje). O senhor acha que isso é sinal de insubordinação na PM?
— Eu, particularmente, entendo como uma insubordinação, sim. Acho que a questão salarial é séria, tem que ser resolvida. E é uma das mais importantes porque envolve família. As polícias sabem que o secretário é a pessoa que está em primeiro lugar nessa luta. Mas a PM também é uma prestadora de serviço. E esses coronéis têm que fazer um exame de como a sua instituição está prestando serviço. Essa instituição está dando a resposta a ponto de merecer o retorno salarial? É confiável? Tem credibilidade? Uma passeata, eu acho, no mínimo, feio, desproporcional. Acho que não cabe a eles fazer isso. Mas vivemos num estado democrático de direito e as manifestações são possíveis, e há que se respeitar.

—Por que é tão difícil colocar mais policiais nas ruas? E como fazer para trazer definitivamente os policiais cedidos aos demais poderes?
—Nisso, há discrepâncias históricas. Elas nunca foram tão perseguidas como nós estamos procurando fazer. Essas instituições não têm como, de uma hora para outra, entregar esses homens. Isso é impossível. Historicamente, as PMs de todos os estados sempre fizeram isso. E sempre funcionou assim.

—E qual é a solução?
—A solução é que essas instituições tenham seus quadros próprios. Elas são autônomas e têm recursos próprios. Devem criar os seus quadros de segurança e façam seus concursos. A PM pode até fazer o curso de formação em suas escolas.

—Mas eles não pagam para ter esses policiais?
—Não há dinheiro que pague o valor de um policial numa esquina de uma cidade do Rio. A mim, não interessa qualquer tipo de convênio. Interessa é o policial na rua.

—Qual é o déficit do policiamento ostensivo hoje?
—Na minha concepção, 10 mil homens. Não diria que está faltando nos quadros. Estão faltando 10 mil homens na rua. Isso não significa que eu preciso fazer concurso para contratar 10 mil homens. Posso, através de gestão, fazer com que essas pessoas exerçam sua função precípua.

—Há possibilidade de outras áreas do estado ficarem desguarnecidas com o deslocamento de homens para as favelas do PAC?
— Nós entendemos que não, se tivermos o reforço que estamos pretendendo. Se para garantia das obras nós precisarmos tirar polícia do Interior, da Baixada, encerrar todos os cursos de formação e suspender férias, será feito. Agora, contamos com a Força Nacional para isso.

—O presidente Lula mencionou a possibilidade de uso das Forças Armadas. O senhor aceita esse reforço?
—Tenho deficiência de efetivo. Se vierem homens da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, da FNS, é isso o que nos interessa. Nós queremos efetivo. Mas o que temos de ter em mente é que essas tropas têm que estar a serviço da Secretaria de Segurança. Não adianta colocarmos o Exército, eles ficarem dois meses, irem embora e o Rio continuar com esse problema. O que temos que pensar é na implementação de todo esse projeto e no seu desenvolvimento. E isso não serão as Forças Armadas que vão fazer. Será o Rio de Janeiro.

—Qual o plano do estado para enfrentar as milícias?
—É muito grave essa questão. As milícias hoje vêm com essa égide de fazer a segurança das pessoas e, logo, logo, vão ocupar o lugar do tráfico. Isso será pior do que se pode imaginar. Desde o início, nos comprometemos em combater as milícias. Agora, se o estado não tiver condição de se colocar de maneira global nessas áreas, mais uma vez corremos o risco de essa luta ser muito difícil de se vencer.

—E como está sendo feito?
—Tenho que compor prova contra as milícias, como fizemos em Campo Grande. Essa foi a primeira missão dada ao delegado da Draco, Cláudio Ferraz. Fizemos um trabalho muito bem feito, tanto é que essas pessoas estão até hoje presas, com recursos negados em Brasília. Isso é um processo que tem começo, meio e fim. E vamos fazer outra operação contra milícia nesse mesmo padrão.

—O quanto o senhor acha que já conseguiu completar daquilo que foi planejado?
—Não vou mensurar. Acho que caminhamos, dentro de tudo o que quero fazer, cerca de 25%. É o que eu planejei para cada ano. Nossas pretensões para o primeiro ano foram atingidas.

—O senhor se sente seguro andando pela cidade?
—Qualquer metrópole mundial tem seus problemas. Aqui no Rio, nós temos áreas críticas, mas também áreas com índices de criminalidade europeus, onde a população se sente muito bem. Eu acho que nós melhoramos, mas ainda há muito que se fazer.





Fonte O Dia on line.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Artigo copiado do blog do Coronel de Polícia Paulo Ricardo Paúl:

Artigo copiado do blog do Coronel de Polícia Paulo Ricardo Paúl:

Ontem, a Associação dos Militares Estaduais do Rio de Janeiro (AME/RJ), o antigo Clube de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, reviveu os seus dias mais gloriosos na luta pela cidadania dos Militares de Polícia e dos Bombeiros Militares.

Historicamente, o nosso clube sempre foi o local de reunião dos Oficais quando nos mobilizávamos para buscar os nossos direitos, principalmente, a concessão de salários dignos.

Na reunião estiveram presentes 13 (treze) Coronéis de Polícia da Ativa; vários Tenentes Coronéis Comandantes de Organizações Policiais Militares e ainda, dezenas de Tenentes Coronéis; Majores; Capitães e Tenentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

Ordeira e pacificamente, ombreados por nobres ideais e irmanados na busca da conquista da cidadania dos Militares de Polícia e dos Bombeiros Militares.

Falamos de honra!

Falamos da nossa responsabilidade como Oficiais Militares de Polícia e Oficiais Bombeiros Militares.

Falamos das nossas gloriosas e seculares instituições militares.

Falamos sobre a imperiosa necessidade dos Soldados receberem salários dignos e justos.

São os Soldados os primeiros operadores do sistema de Segurança Pública e de Defesa Civil, a linha de frente no salvamento de vidas, na preservação do patrimônio, na prevenção e na repressão da criminalidade.

Sem um Soldado muito bem pago e com as adequadas condições para realizar a sua heróica missão, nunca teremos a segurança pública que necessitamos e merecemos.

O Soldado – o herói social por excelência – mal pago e sem as condições de trabalho, está desmotivado, fisicamente desgastado pelo segundo emprego, desestabilizado emocionalmente e se transforma em uma “presa” fácil para os corruptos ativos de cada esquina.

E como existem corruptos ativos prontos a tirar proveito dessa dura realidade.Portanto, sem a cidadania dos Militares de Polícia e dos Bombeiros Militares, nunca existirá segurança pública.

Aliás, a própria justiça fica seriamente ameaçada, considerando que o Soldado é o primeiro a ter contato com o crime.

A primeira avaliação do fato criminoso e as primeiras providências a respeito do crime - as mais importantes - são dele – o Militar de Polícia.

Urge que a Sociedade Fluminense conheça e aprenda essa realidade, se unindo a nós nessa luta por cidadania e por dignidade.

Cada cidadão é importante nesse processo de construção de uma nova segurança pública, baseada no investimento no homem.

Uma segurança pública sem aditivos salariais temporários, sem planos mirabolantes, sem reforços externos, sem desvios de função, simplesmente com investimentos concretos nos Militares Estaduais.

Ontem, soubemos através de Oficiais Bombeiros Militares que além dos mais de 2.300 (dois mil e trezentos) Militares de Polícia que estão fora da Polícia Militar, um número ainda maior de Bombeiros Militares também está afastado de sua Instituição.

Falamos de honra!

Ordeira e pacificamente.

Entretanto, precisamos estar mais vigilantes do que nunca na defesa da nossa cidadania, contra todos aqueles que têm interesse de que os Militares Estaduais continuem apartados da condição de cidadão.

Eles podem estar travestidos de várias maneiras e podem usar qualquer expediente para prejudicar a nossa justa mobilização.

Amanhã, estaremos de volta à AME/RJ, não seremos mais dezenas, seremos centenas.

Falaremos de honra!

Ordeira e pacificamente.

Todavia, prontos para não medirmos esforços para alcançarmos a nossa cidadania através da concessão de salários justos e de adequadas condições de trabalho.

Um Militar de Polícia e um Bombeiro Militar não podem continuar ganhando menos de R$ 30,00 (trinta reais) por dia para expor as suas vidas em defesa da sociedade.


CONVITE


O Tenente Coronel Reformado Dilson Ferreira de Anaide, Presidente da AME/RJ, convida a todos os Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar - Ativos e Inativos - para participarem da reunião objetivando alcançar a cidadania dos Militares Estaduais, através de salários dignos e adequadas condições de trabalho.

Local: Associação do Militares Estaduais do Rio de Janeiro.

Endereço: Rua Camerino, 114 - Centro Rio de Janeiro - RJ.

Data: 24 de janeiro de 2.008 (quinta-feira).

Horário: 19:00 horas.

Observações: Oficiais de folga, em trajes civis e desarmados.


"DIGNITAE QUAE SERA TAMEM"
(Dignidade ainda que tardia)


PAULO RICARDO PAÚL

CORONEL DE POLÍCIA

Prefeitos de Magé e Aperibé em inquérito

Os dois são acusados de receber R$ 100 mil de esquema fraudulento. Núbia Cozzolino foi parar em delegacia por irregularidade em carro

A prefeita Núbia na 105ª DP (Petrópolis): motorista do carro em que estava não tinha carteira. A dela estava vencida. Foto: Alan Alonso

Rio - O Ministério Público (MP) decidiu transformar os prefeitos de Magé, Núbia Cozzolino (PMDB), e de Aperibé, Paulo Fernando Dias (PMDB), o Foguetinho, nos novos alvos da Operação Uniforme Fantasma. O procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira, abrirá inquérito contra os dois por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, improbidade administrativa e crime contra a Lei de Licitações e de responsabilidade. Testemunha contou que os dois recebiam até R$ 100 mil em espécie de empresários envolvidos em fraudes de licitações. Ontem, Núbia foi parar na 105ª DP (Petrópolis) por irregularidades no carro em que estava.

O inquérito é conseqüência da Operação Uniforme Fantasma, deflagrada quinta-feira, com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco-IE). Vinte e e uma pessoas foram presas, entre eles secretários municipais. Cinco já foram soltos. Eles são acusados de participar de esquema de desvio de dinheiro de seis prefeituras através de contratos com ONGs e compra de uniforme escolar, que eram entregues em quantidade insuficiente, como aconteceu com Bruno Henrique de Oliveira Martins, 12 anos, aluno da rede municipal de Magé. Ele chegou a perder aula por não ter mais de uma camisa de uniforme. Em 10 meses, Magé, Pádua, Rio Bonito, Paraíba do Sul, Angra e Japeri perderam R$ 100 milhões.

Há sete foragidos, entre eles o ex-prefeito de Magé, Charles Cozzolino, irmão da prefeita de Magé. A polícia tem informações de que ele circulava no Audi apreendido quinta-feira. O automóvel foi usado por acusado de matar o vereador Dejair Corrêa, em Magé, ano passado. A vítima era adversário político dos Cozzolino. O inquérito sobre o assassinato foi transferido para a Draco-IE.

Ontem, a polícia apreendeu documentos da Prefeitura de Magé que estavam guardados em um salão de beleza desativado. A denúncia foi feita à Ouvidoria do Ministério Público (telefone 127). O local é da irmã de Núbia, Núcia Cozzolino Bergara, secretária municipal de Fazenda e também foragida. Núcia teria recebido informações sobre a ação da polícia quarta-feira e, por isso, conseguido fugir.

MOTORISTA SEM CARTEIRA

Núbia foi parar na 105ª DP (Petrópolis). Policiais do 26º BPM (Petrópolis) receberam denúncia sobre Gol branco suspeito de rondar a rodoviária. Por isso, pararam o carro LPA- 2613, da Prefeitura de Magé, em que ela estava com sobrinha e dois assessores. A sobrinha, Mariuxa de Oliveira de Zilanda, 18, dirigia apesar de não ter habilitação. O automóvel não possuía homologação do GNV. Nenhum tinha documento. A habilitação de Núbia estava vencida desde 18 de fevereiro de 2003. Ela alegou que passou a direção a Mariuxa pois se sentira mal e fora atendida em posto médico. O delegado José Renato Chernicharo vai pedir documentação ao posto. Se for mentira, pode ser condenada a até um ano de prisão. Pena que a sobrinha pode sofrer também. Núbia contou que foi a Petrópolis visitar advogado.

Ontem, vários acusados pelas fraudes prestaram depoimento na Draco-IE, que cumpriu mandado de busca e apreensão na Prefeitura de Japeri. Segunda, a secretária de Educação dessa cidade, Rosany Gomes, vai depor. Contra ela, não há mandado de prisão.

PRESA DANIELE ERRADA

Quinta-feira, por engano, Daniele Araújo Borges foi presa e depois liberada pela Justiça. Ela foi confundida com outra mulher, também chamada Daniele, que trabalharia na Secretaria de Ação Social de Magé. Na secretaria funciona esquema de inserção de funcionários fantasmas na folha de pagamento. A líder dessa fraude seria Renata Tuller, ex-secretária da pasta.

A Justiça revogou também a prisão de Luiz Ramos Bastos, que se apresentou ontem; Raquel Tuler; da secretária de Saúde de Santo Antônio de Pádua, Carla de Souza Neves; e da secretária de Educação de Paraíba do Sul, Maria Adelaide Capella, que será mantida no cargo. Segundo o MP, eles colaboraram com as investigações. Ao contrário do divulgado ontem pela polícia, Luís Roberto Benevenuto é citado nas investigações, mas não foi preso.

O prefeito de Angra, Fernando Jordão, (PMDB), negou que o preso Elias Augusto Marcolino seja funcionário da prefeitura, como informou o MP. Segundo Jordão, desde 2005, o Município comprou material de papelaria no valor de R$ 75.054 de duas empresas de Marcolino.

ESCUTA: ‘É MUITA GENTE PRA ROUBAR’

Nesse trecho, o empresário André Wertonge Teixeira negocia o aluguel de um tomógrafo por R$ 600 mil com Tico (Adilson Corrêa Teixeira), assessor da prefeita Núbia, de Magé, e reclama do secretário de Pádua Tarcísio Padilha, também acusado de atuar nas fraudes.

André: A máquina custa R$ 300 mil. Ele (Tarcísio) quer R$ 140 mil. No mole. Sem fazer nada. Negócio da China.
Tico: Tá ganhando praticamente todo o dinheiro.

André: Imagina o que ele não ganha em Magé com a prefeita? Falam mal da gente. Mas aqui o cara ganha dinheiro rindo.
Tico: Sem preocupação.

André: É muito dinheiro. Pra mim sobra R$ 6 mil.
Tico: Tá doido. Se aborrecer por causa de R$ 6 mil. O município é pequeno, não tem renda. Não tem porque roubam tudo. Nunca vi isso. Compra a coisa direito e deixa para o povo que paga imposto. Por isso a prefeitura não funciona. É muita gente para roubar.

A secretária de Educação de Paraíba do Sul, Maria Adelaide Capella, pede à empresária Patrícia Gonçalves que mande a cotação por e-mail dos uniformes.

Secretária: Você já mandou a cotação?
Patrícia: Não.

Secretária: Está correndo contra o tempo. Como teve que cancelar a licitação, precisava fechar para ontem.
Patrícia: Manda pro Luiz (Roberto Benevenuto) ou pra mim.


DESCASO: ALUNO RECEBEU CALÇA ERRADA E SÓ UMA CAMISA

Aluno do 4º ano da Escola Municipal Benito Cozzolino, em Piabetá, Bruno Henrique de Oliveira Martins, 12 anos, sofreu na pele as conseqüências do desvio de verbas para compras fraudulentas de uniformes. Estudante da rede pública municipal de Magé, uma das cidades mais lesadas pelas quadrilhas, tudo o que ele recebeu no início do ano passado foi uma calça tamanho GG, um pequeno caderno e uma camisa, que logo ficou surrada. Por falta de uma segunda camisa, ele chegou a perder dias de aula.

“Durante todo o ano, ele usou a bermuda do ano anterior, que está curta demais, o que gerou gozação dos amigos”, disse a mãe, Sônia Regina Gonçalves de Oliveira, 51 anos. “O último par de tênis que meu filho recebeu foi em 2006. E não durou nem uma semana”, contou.

A mãe de Bruno conta que, desde que a prefeita Núbia Cozzolino assumiu, em 2007, a qualidade e quantidade de material escolar caíram. “Os estudantes ganhavam mochila, duas camisas e todo o material escolar”, lembra Sônia, que tentou, em vão, trocar a calça.

“O Bruno chegou a perder três dias seguidos de aula porque não parava de chover e a única camisa dele não secava. Ele ia com outra e mandavam voltar para casa porque o uniforme estava incompleto”, disse ela, que comemorou a prisão de envolvidos na fraude em Magé.