sexta-feira, 31 de julho de 2009

Namorada acompanha na África buscas por brasileiro sumido em montanha

Cristina Reis está no Maláui e falou por celular com o G1.
Economista carioca desapareceu há duas semanas no monte Mulanje.

Do G1, no Rio

Foto: Arquivo pessoal

O economista Gabriel Buchman registrou muitos momentos de sua viagem na África (Foto: Arquivo pessoal )

“Aqui me sinto mais próxima dele”. É assim que Cristina Reis, namorada do economista Gabriel Buchman, que desapareceu há duas semanas no monte Mulanje,descreve sua disposição ao chegar ao Maláui, na África.
Ela viajou para a África na última quarta-feira (29) onde acompanha de perto as buscas por Gabriel. “Sou mais útil aqui. Sou um canal de transmissão de informação e de forças”, contou Cristina, por celular, ao G1.
Segundo ela, a equipe de canadenses que auxilia nas buscas está explorando a parte de cima do monte. “Eles são extremamente bem preparados. Nesse momento estão explorando áreas complicadas e altas do monte”, disse.

Outro fator que anima Cristina é o clima na região, onde, segundo ela, a temperatura no momento fica entre 25° e 26° graus durante o dia. “O clima é favorável, e isso nos ajuda a manter esperança. Além disso, o monte Mulanje tem muita água”, contou.
A volta de Cristina ao Brasil está programada para o dia 5 de agosto. “Tenho certeza que antes disso vamos achar o Gabriel, e vamos voltar juntos pro Rio”, acredita.

Doações através da internet

Foi através da internet que amigos e parentes de Gabriel encontraram uma forma de ajudar nas buscas. Com espaço para doações e notícias, o blog “Ajude Gabriel Buchmann” já atraiu mais de 200 colaboradores.
Amigo de Gabriel e um dos responsáveis pelo blog, o economista Felippe Ramos da Cás, de 28 anos, disse que a página da internet serve também para arrecadar fundos para pagar os gastos com os voluntários que, na África, ajudam no resgate.

“A gente queria fazer atualizações e criar uma página para que as pessoas pudessem mandar e-mail e ajudar. Pelo blog foi mais fácil a gente se comunicar. A gente começou a ter dificuldades financeiras para manter as buscas, por isso nós criamos um link para doações”, disse Felippe.

“A ajuda é para pagar as passagens das pessoas que estão ajudando nas buscas. Nós estamos contando com a ajuda de pessoas do mundo inteiro, não só canadenses, mas israelenses também. A equipe estava aumentando, e a gente é que estava bancando tudo”, contou.

Além do blog, Felippe contou que os amigos também criaram um e-mail (ajudegb@hotmail.com) e um perfil no Twitter. Ele acredita que campanhas como esta reforçam a divulgação e a imagem do amigo, que tinha a intenção de conhecer o mundo através de suas belezas, suas dores, a pobreza e a injustiça dos homens contra a natureza.

Economista viajava desde julho de 2008

O economista Gabriel Buchman viajava desde julho do ano passado. Ele percorreu 26 países da Ásia, África e o Oriente Médio como preparativo para um doutorado sobre políticas públicas de apoio a populações pobres. Antes de subir o monte Mulanje, Gabriel entrou em contato com a mãe.
“Foi por e-mail. Falou: ‘mamãe, estou terminando a viagem, estou indo para o Maláui. Vou já providenciar minha passagem Joanesburgo/Amsterdam para estar no Brasil no dia 28’”, conta a mãe do jovem. 
A namorada de Gabriel acredita que ele tenha se machucado no percurso. “Eu já elaborei algumas hipóteses. Eu acho que, como Gabriel tem experiência em subir montanha, ele é bastante safo, ele é precavido, ele deve ter se machucado. Então, acho que ele está só perdido e machucado, por isso é fundamental que as equipes de busca deem força total para encontrá-lo”, disse Cristina.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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