quarta-feira, 4 de novembro de 2009

‘Ela está chocada’, diz advogado de viúva da Mega-Sena

De acordo com ele, episódio não passa de um mal entendido.
Segundo TJ, prisão foi decretada, mas mandado ainda não foi expedido.

Alícia Uchôa Do G1, no Rio

 

“Ela está chocada. Não está foragida.” A afirmação é de Jackson Rodrigues, advogado de Adriana Almeida, viúva de Renné Senna, milionário assassinado em 2007.

Segundo ele, o que houve foi um mal-entendido, já que o documento com endereços complementares da viúva foi protocolado por ele na Justiça um dia antes de decretada a prisão dela. Ele aguarda desde a manhã desta quarta-feira (4) a juíza da 2ª Vara de Rio Bonito para pedir a revogação da prisão e colocá-la à disposição para maiores esclarecimentos.

Adriana, segundo Jackson, estava em seu apartamento em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, e voltou à fazenda, em Lavras, Rio Bonito, assim que soube do decreto de prisão. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, a viúva não é considerada foragida porque, apesar de decretada a prisão, o mandado não chegou a ser expedido.

O episódio que levou à decisão da juíza Roberta dos Santos Braga Costa, segundo Jackson, começou quando foi feito um pedido à Justiça para que parte dos bens bloqueados do inventário de Renné fosse liberada para o conserto de um equipamento na fazenda.

“Quando o oficial de justiça foi lá verificar, não tinha ninguém em casa. O advogado da filha do Renné é também assistente de acusação do processo criminal e foi à juíza dizer que ela não podia ser encontrada. Ela mandou um outro oficial lá, e ela também não estava lá. Então, foi decretada a prisão”, explicou Jackson.

O pedido de prisão

No decreto, a juíza afirma que, apesar de ter-se realizado várias diligências em dias e horários diferentes, oficiais de justiça não conseguiram encontrar a ex-cabeleireira em nenhum dos endereços disponibilizados. “A ré encontra-se em local incerto e não sabido, fato amplamente comprovado”, diz o documento.

Com o pedido de revogação da prisão, Jackson pretende comprovar que Adriana tem endereço fixo e não tem intenção de fugir. 

Solta em junho de 2008

Adriana ficou presa durante mais de um ano, acusada de ser a mandante da morte do marido. Ela foi solta em junho do ano passado e voltou a prestar depoimento à Justiça no início deste ano.

Acusados de cúmplices, Anderson Souza e Ednei Gonçalves foram condenados a 18 anos de prisão por participação no crime.

Além de Adriana, sua amiga Janaína de Oliveira, que é mulher de Anderson, Ronaldo Amaral de Oliveira e Marco Antônio Vicente ainda não foram julgados e respondem ao processo em liberdade.

Como foi o crime

Renné Senna, ex-trabalhador rural, ganhou R$ 52 milhões em um sorteio da Mega-Sena em 2005. Ele foi assassinado a tiros em janeiro de 2007 na porta de um bar em Rio Bonito, Baixada Litorânea do Rio.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime foi encomendado pela viúva do milionário, Adriana Ferreira Almeida, e teria envolvido mais três pessoas: o cabo da Polícia Militar Marco Antônio Vicente, o sargento Ronaldo Amaral de Oliveira e a professora de educação física Janaína Silva de Oliveira, mulher de Anderson de Souza, ex-segurança da fazenda, acusado de ser o autor dos disparos. Os três, porém, entraram com recursos e ainda não têm data prevista para serem julgados.

De acordo com a polícia, o crime teria sido motivado pelo medo da viúva de perder os 50% da fortuna do milionário. Quatro dias antes do crime, Renné, em consulta habitual ao gerente do banco, descobriu que Adriana havia sacado R$ 300 mil da conta conjunta do casal para comprar uma cobertura em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio. Durante as investigações, policiais chegaram até o motorista de van Robson de Andrade Oliveira, que admitiu ser amante de Adriana, além de informar que a ex-cabeleireira planejava ir morar com ele na tal cobertura.

G1 > Edição Rio de Janeiro

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